terça-feira, 20 de maio de 2008

Boas Misturas( A ética da alegria no contexto hospitalar)

Olá amigos,

Em 2007 conclui uma pós- graduação em Comunicação Organizacional e resolvi me especializar no tema: Comunicação Interpessoal. Aquela relação tão dificil nos dias de hoje, principalmente no ambiente profissional onde as pessoas não se sentem à vontade para interagir com os colegas e na maioria das vezes não conseguem trabalhar em grupo por achar o outro esquisito, calado, metido e outras coisas mais.

Meu projeto de pesquisa foi analisar a comunicação interpessoal, do ponto de vista dos Doutores da Alegria, ONG destinada a levar alegria as crianças hospitalizadas. Sou apaixonada por esse grupo e principalmente pela filosofia que carregam em si, na maneira que tratam o doente, no respeito pelos momentos de aflição de cada um deles e principalmente pela boa vontade em estabelecer comunicação a todo custo.

Sendo assim, resolvi partilhar com vocês uma historinha publicada no livro Boas Misturas da psicóloga Morgana Masetti. Sintam-se apaixonados tanto pela comunicação interpessoal, como pelos Doutores da Alegria.

A comunicação interpessoal não precisa ser séria, não precisa de muitas técnicas, basta apenas começar... Boa leitura.

" Aconteceu na sala de Quimioterapia com Dra Quinam, Dr Manjericão e a paciente Maria, de 16 anos.
O casal de palhaços adentra a sala lotada e Dr. Manjericão esquece o primeiro mandamento do cavalheirismo: damas primeiro. Dra Quinan tem forte acesso de mágoa que a leva a um grande desabafo em meio aos pacientes. Entre choros e lamentos a paciente Maria pergunta:
- Por que você não se mata?
A artista por trás da máscara pensou por um segundo e resolveu encarar o tema da morte na frente das crianças. Embarcou na idéia de Maria concordando que essa seria a única solução para TAMANHA tragédia. Após decidir com os presentes a melhor forma de suicídio, subiu em um banco pronta para se jogar no abismo. Neste momento, Dr Manjericão começou a tocar seu violão e cantar: " Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela menina que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar..."
Manjericão tentava fazer sua parceira mudar de opinião enquanto Quinam, na sua idéia fixa de suicídio, pronunciava seu testamento. Devagarinho, um coro de vozes foi aparecendo e a " Garota de Ipanema" tomou conta da sala.
Enfermeiras pararam seus afazeres para ajudar com suas vozes. Dr Quinan, claro, desistiu do suícidio para se reconciliar com Manjericão.
E a bossa nova foi esta: Em cima da cadeira ou a beira do abismo, em qualquer limite que se trace entre realidade e fantasia, vale a pena arriscar um espaço para falar das coisas da vida"
( Trecho editado do relatório de atividades da artista Marina Quinam).

Um comentário:

Versy disse...

caramba...digo e repito...vc tem o dom das palavras...me emocionei com este texto...escreva mais...escreva sempre...para despertar em nossos corações cada vez mais esse sentimento de querer fazer mais e mais pelos outros!
Valeu!
Obrigada!
Versy